Labirintos são estruturas elaboradas que remontam à Pré-História e foram quase sempre entendidos como espaços sagrados. Encontramo-los em civilizações bastante distantes no tempo e no espaço, entre as quais destaco a Maia, a Grega, a Celta, a Egípcia e a Nativo-Americana. As estruturas, ainda que tivessem sempre herdado traços das mais remotas, distinguem-se principalmente pela lógica, pela simbologia, pela estrutura e também pela finalidade que encerram.
Frequentemente usados para rituais em grupo ou meditação individual, os seus percursos representam, normalmente, um trilho que conduz ao centro e o caminho de volta. Percorrer um labirinto tem sido muitas vezes entendido como uma peregrinação espiritual tripartida. Entrar é o momento de purgação, ou despojamento: o cair do véu. Alcançar o centro é atingir a iluminação, a clarividência e a consciência de si. O trajecto de saída representa a união, a integração e a acção no mundo exterior.
Não tendo este espaço como objectivo explorar exaustivamente as características de cada modelo de labirinto para cada povo e cada época, aproprio-me desta interpretação simbólica para ilustrar a forma como entendo a existência humana: uma peregrinação constante ao centro da complexa alma humana com o objectivo de aprofundar o conhecimento de Si.
Experiências, lugares, olhares, afectos, pessoas, interesses e paixões são, no fundo, coordenadas que nos vão dispersando ou orientando ao longo do percurso. Este espaço serve, para mim, de mapa incompleto e mutável rumo a um qualquer centro, também ele, por definir.
1 comentário:
Aqui está o teu lindo projecto que em tempos me falaste. Concordo absolutamente nessa ideia de labirinto, uma caminhada que só cada um de nós pode empreender, seja qual for a entrada, ou...que importa a saída?
Às vezes, depois de sairmos do labirinto encontramos uma outra entrada, é a nossa eterna descoberta, do mistério do mundo, do nosso próprio destino.
Bjs
Isabel
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