quarta-feira, 29 de outubro de 2008




(London: foto tirada por Labirinto)

"Cities have sexes: London is a man, Paris a woman, and New York a well-adjusted transsexual."

Angela Carter (1940–1992), British postmodern novelist. repr. Vintage (1992). Expletives Deleted, essay on James Joyce, New Society (1982).

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um desejo

Para este dia, apenas um desejo: Não esperar nada e sorrir de tudo!
Como diz Voltaire: " O maior problema e o único que nos deve preocupar é vivermos felizes." Neste momento de metamorfoses e inquietude farei da minha felicidade a minha maior preocupação.

domingo, 26 de outubro de 2008

Is there a God?



Em breve este poderá ser o slogan a circular pelas ruas de Londres. Quanto à tímida negação da existência de Deus, permaneço incrédula. Em relação à recomendação de não me importar e aproveitar a vida, sou uma crente em processo de profunda conversão. Como diriam uns amigos: "Life's a bitch and then you die", logo, há que viver cada instante.

Mirar o Douro

Foto tirada por Labirinto

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Interlude by Morrissey and Siouxie Sioux

Time is like a dream
And now, for a time, you are mine
Let's hold fast to the dream
That tastes and sparkles like wine
Who knows (who knows) If it's real
Or just something we're both dreaming of
What seems like an interlude now
Could be the beginning of love
Loving you Is a world that's strange
So much more than my heart can hold
Loving you Makes the whole world change
Loving you, I could not grow old
No, nobody knows
When love will end
So till then, sweet friend ...
Time is like a dream
And now, for a time, you are mine
Let's hold fast to the dream
That tastes and sparkles like wine
Who knows (who knows)
If it's real
Or just something we're both dreaming of ?
What seems like an interlude now
Could be the beginning of love
What seems like an interlude now
Could be the beginning of love
What seems like an interlude now
Could be the beginning of love.

Para ver o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=yjUKAETwDKg

Meditação Matinal


Cheira a mar aqui da minha janela. O ar fresco da manhã cheira a vida acabada de colher. Estendo o meu corpo na maresia, crendo que ela me pode entender e guarda segredo de tudo o que eu disser. Fecho os olhos e deixo-me penetrar pelo infinito azul. Ao longe, para lá da linha do horizonte, segue um navio sem rumo. Entro e deixo-me levar. Até que algum vento, abraço ou canção me faça regressar. Abro os olhos e aceno. Lá estão a eterna partida e o eterno regresso presos num beijo flamejante de mármore perfeito.
Volto para dentro, agarro o jarro de água e rego as plantas. Não voltarei a deixá-las morrer.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Kiss by Rodin


Existirá o beijo perfeito?
How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of every day's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for right;
I love thee purely, as they turn from praise,
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints -I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life! -and, if God choose,
I shall but love thee better after death.

by Elizabeth Barrett Browning

http://www.poemofquotes.com/elizabethbarrettbrowning/
Dear love, for nothing less than thee
Would I have broke this happy dream;
It was a theme
For reason, much too strong for fantasy.
Therefore thou waked'st me wisely; yet
My dream thou brokest not, but continued'st it.
Thou art so true that thoughts of thee suffice
To make dreams truths, and fables histories;
Enter these arms, for since thou thought'st it best,
Not to dream all my dream, let's act the rest.
As lightning, or a taper's light,
Thine eyes, and not thy noise waked me;
Yet I thought thee
—For thou lovest truth—an angel, at first sight;
But when I saw thou saw'st my heart,
And knew'st my thoughts beyond an angel's art,
When thou knew'st what I dreamt, when thou knew'st when
Excess of joy would wake me, and camest then,
I must confess, it could not choose but be
Profane, to think thee any thing but thee.

Coming and staying show'd thee, thee,
But rising makes me doubt, that now
Thou art not thou.
That love is weak where fear's as strong as he;
'Tis not all spirit, pure and brave,
If mixture it of fear, shame, honour have;
Perchance as torches, which must ready be,
Men light and put out, so thou deal'st with me;
Thou camest to kindle, go'st to come; then I
Will dream that hope again, but else would die.


Poem by John Donne
http://www.poemofquotes.com/johndonne/

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Aqui.Hoje.

Aqui. Hoje.
Jorge Luis Borges

Já somos o esquecimento que seremos.
A poeira elementar que nos ignora
e que foi o ruivo Adão e que é agora
todos os homens e que não veremos.
Já somos na tumba as duas datas
do princípio e do término, o esquife,
a obscena corrupção e a mortalha,
os ritos da morte e as elegias.
Não sou o insensato que se aferra
ao mágico sonido de teu nome:
penso com esperança naquele homem
que não saberá que fui sobre a Terra.
Embaixo do indiferente azul do céu
esta meditação é um consolo.

Aqui fica o link para um texto interessante deste escritor, poeta, tradutor, crítico e ensaísta argentino. (Buenos Aires, 24 de Agosto de 1899Genebra, 14 de Junho de 1986)

www2.fcsh.unl.pt/borgesjorgeluis/textos_borgesjorgeluis/textos5.htm

domingo, 19 de outubro de 2008

"There is no past that we can bring back by longing for it. There is only an eternally new now that builds and creates itself out of the best as the past withdraws."

Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832) German poet, novelist and dramatist.

- Alguém saberá sentir o tempo? - perguntou hesitante o labirinto.
- Quem fez as pazes com o passado no minuto em que ele chegou, quem não mutila ou apressa o futuro na pressa de o transformar. - respondeu-lhe o Tempo.
-Se eu não tivesse tanto que fazer... - murmorou o labirinto, caminhando apressadamente para as memórias.

And you, what makes you tick?

To a Friend by Amy Lowell

I ask but one thing of you,only one,
That always you will be my dream of you;
That never shall I wake to find untrue
All this I have believed and rested on,
Forever vanished, like a vision gone
Out into the night. Alas, how few
There are who strike us in a chord we knew
Existed, but so seldem heard its tone
We tremble at the half-forgotten sound.
The world is full of rude awakenings
And heaven-born castles shattered to the ground,
Yes still our human longing vainly clings
To a belief in beauty through all wrongs.
O stay your hand, and leave my heart its songs!

Labirintos


Labirintos são estruturas elaboradas que remontam à Pré-História e foram quase sempre entendidos como espaços sagrados. Encontramo-los em civilizações bastante distantes no tempo e no espaço, entre as quais destaco a Maia, a Grega, a Celta, a Egípcia e a Nativo-Americana. As estruturas, ainda que tivessem sempre herdado traços das mais remotas, distinguem-se principalmente pela lógica, pela simbologia, pela estrutura e também pela finalidade que encerram.

Frequentemente usados para rituais em grupo ou meditação individual, os seus percursos representam, normalmente, um trilho que conduz ao centro e o caminho de volta. Percorrer um labirinto tem sido muitas vezes entendido como uma peregrinação espiritual tripartida. Entrar é o momento de purgação, ou despojamento: o cair do véu. Alcançar o centro é atingir a iluminação, a clarividência e a consciência de si. O trajecto de saída representa a união, a integração e a acção no mundo exterior.

Não tendo este espaço como objectivo explorar exaustivamente as características de cada modelo de labirinto para cada povo e cada época, aproprio-me desta interpretação simbólica para ilustrar a forma como entendo a existência humana: uma peregrinação constante ao centro da complexa alma humana com o objectivo de aprofundar o conhecimento de Si.

Experiências, lugares, olhares, afectos, pessoas, interesses e paixões são, no fundo, coordenadas que nos vão dispersando ou orientando ao longo do percurso. Este espaço serve, para mim, de mapa incompleto e mutável rumo a um qualquer centro, também ele, por definir.